terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pára-quedas

Sentir salivar, topar com o azul-esfera,
sempre o azul, meu único motivo sem motivo,
se espraia, se sopra, alóctone
me acerta no espelho retrovisor.
Portfólio de instantes, tão breves, são úteis?

Não. Figuras são,
que não são não estão.

E dá-lhe coca-cola, avisa o banner da padaria, e me acende seu vermelho em nada destoante do meu azul... O céu, não fica: significa, não há.
Eu justo, dentro de um fiat uno, pára-brisa arranhado,

pára-choque vacila, pára-raio da vida.
Tudo se integra e harmoniza em minha impressão visual, eu perna-de-calça sonhando, errando os minutos da agenda do espaço das causas - menino se ajuíza, trovão.

Panificadora Planalto, rua Belém-Brasília. Micro-adrenalina nas costas de um vira-lata perneta que surge e sai, rápido, rápido, rápido... Trejeitos faces temas notícias. Eu vou, agora eu vou chorar.

Rápido se foi, pai do instantâneo, avô do cadê, bisavô do não é. Não é. Não há. O que se capta no ar, no ar se resolve, o lar pode ser pára-quedas, pára-raio da vida.

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